quinta-feira, 8 de dezembro de 2011

MARA (Parte 2)

E o povo MURMUROU contra Moisés, dizendo: Que havemos de beber?
E ele CLAMOU ao Senhor…Ex 15: 24 e 25
E a história se repete em nossos dias; enquanto uns murmuram, outros percebem que buscar a Deus funciona melhor. Algumas pessoas confiam somente em recursos palpáveis, visíveis, outras clamam ao Deus do impossível. O povo murmurava enquanto Moisés clamava. Uns confiam em carros e outros em cavalos, mas nós faremos menção do nome do Senhor nosso Deus. Sl 20:7
Ana tinha tudo pra ser uma mulher amarga. Ela era estéril e, ainda por cima, tinha uma rival que tinha muitos filhos, e que zombava dela todos os dias. Nem o amor de seu marido Elcana, que a considerava a número 1, conseguia fazê-la esquecer de sua desventura. A cultura daquela época permitia que os homens casassem com mais de uma mulher, desde que pudessem sustentar a todas elas. Eu, particularmente, não consigo imaginar nada pior do que ter que dividir o meu marido com outra mulher. Mas naquela época as mulheres encaravam isso com a maior naturalidade. O que as deixava envergonhadas era o fato de não poderem gerar filhos, isso sim era uma vergonha. E Ana, apesar de ser a preferida de seu maridinho, não se conformava em não poder lhe dar filhos.  A Bilbia diz que a sua competidora a irritava para a embravecer. Penina, sua rival, devia ficar furiosa porque Elcana, na hora de sacrificar ao Senhor, dava uma parte excelente de sua oferta a Ana, porque a amava mais. Mas isso não era o suficiente para confortá-la. Ela chorava sem parar e não comia direito. Um dia seu marido lhe perguntou: Ana, por que você chora tanto assim? Por que você não come? Por que o seu coração está tão triste? Eu não sou pra você melhor do que dez  filhos?
Bem, se eu fosse ele eu não ficaria pra ouvir a resposta. Certamente Ana o amava, mas esse amor jamais substituiria o seu sonho de gerar filhos. Ana estava à beira de uma depressão profunda. Penina havia conseguido irritá-la. Ela não comia, não bebia, não tinha mais alegria de viver. Porém, um dia, ela resolveu reagir. A Biblia diz que um dia, Ana, depois de ter comido e bebido em Siló, finalmente se levantou.
ELA POIS, COM AMARGURA DE ALMA, OROU AO SENHOR, E CHOROU ABUDANTEMENTE. 1 Sm 1:10

A amargura nos mostra o caminho de volta aos braços do Pai. Talvez até aquele momento Ana tenha tentado engravidar somente com suas armas naturais, suas armas de mulher. E leve-se em consideração que naquela época, tendo que disputar o próprio marido com as outras mulheres e concumbinas, não era tão fácil assim ter alguns momentos à sós com ele. Ana, provavelmente, por ser a preferida, não tinha esse problema. Ela era muito amada por Elcana. Mas isso não bastava pra que engravidasse. Sua madre estava cerrada, lacrada por Deus. Agora só restava clamar. Um dia ela se lembrou disso e foi ao templo. Ela fez um voto, com os olhos cheios de lágrimas o coração despedaçado pela dor. Ela disse ao Senhor: Se tu me deres um filho ele será teu. Ela orou e chorou abundantemente. Mara é lugar de choro mesmo. Mara é lugar de muitas lágrimas. E Ana encontrou na sua amargura um lugar perfeito pra clamar ao Senhor. Ela trocou a frase: EU NÃO CONSIGO ENGRAVIDAR, por  EU TE ENTREGO O FRUTO DO MEU VENTRE, MEU DEUS. Aquela humilhação fez com que Ana percebesse que só podia contar com um milagre. E não parou por aí. Mais adiante diz que ela perseverou em orar. Ela deve ter ficado tão cansada que parou de orar em voz alta. Ela começou a falar somente em seu coração, só se moviam os seus lábios, não se ouvia a sua voz. Quando estamos em Mara é assim mesmo. A dor é tanta que a voz não vem. As palavras nos fogem, as forças se vão. Só fica mesmo um quebrantado coração em busca de um milagre. Eli, o sacerdote, ficou tão assustado com aquele novo jeito de orar, que achou que ela estava bêbada. Mas ela não parou de clamar, não parou de adorar e de buscar ao Senhor. Deus atendeu o seu clamor, ela engravidou e teve Samuel. No capitulo dois ela canta uma canção de adoração a Deus por esse milagre tão maravilhoso. Mas é isso mesmo que acontece em Mara; depois da dor vem a canção. Depois da murmuração vem o clamor. Depois da humilhação vem o milagre. Ana clamou e veio Samuel. Moisés clamou, e o Senhor lhe mostrou uma forma de adocicar as águas amargas. Mara nos ensina a orar,e a perseverar em oração. Mara nos revela a maneira de Deus , o seu modo e o seu tempo. Será que temos orado o suficiente? Será que temos clamado ou murmurado? Até quando teremos que ficar estacionados em Mara, murmurando sedentos enquanto Deus espera que nos lembremos de orar? Hei, amado, Mara não é lugar de acampar por muito tempo lembra? Mara é lugar de passagem, mas sua demora por lá depende da sua iniciativa de orar ou murmurar. O povo tinha Moisés, mas hoje nós temos o Espirito Santo que nos foi dado por Jesus Cristo, o nosso salvador. Moisés clamou pelo povo, mas hoje nós podemos entrar com ousadia no Santo dos Santos, o véu foi rasgado, não há mais separação. O que te impede de clamar agora? O que te impede de perseverar em oração como fez Ana, a ex -mulher estéril. Você também poderá ser um ex- sedento. Você pode ser um ex -pecador amargurado. Um ex -peregrino na terras de Mara. Alguém que clamou e viu a mão de Deus agindo em seu favor, transformando em doces as águas amargas da sua vida. Você não tem nada a perder, vamos lá!  Já que você está em Mara, pra que relutar?  Entregue-se,quebrante-se, derrame-se até que te chamem de louco. Chore, ore, demore na presença de Deus. Mara é pra isso mesmo. Quando você menos esperar estará bebendo águas doces e frescas com gosto de milagre. Se Mara faz parte do caminho mesmo, por que não provar desse momento tão maravilhoso que Deus reservou pra você? Então, sirva-se agora mesmo das águas que Deus purificou pra te saciar. Sirva-se e seja muito feliz.
Continua…

Nenhum comentário:

Postar um comentário